quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

7º dia, 24/12. Lages a Vacaria. 122Km.

Café da manhã com um pãozinho que só tem na casa do Fabiano em Lages, casa do seu Júlio... Rumamos para a BR 116.
Depois das regalias em Lages, agora descansados e bem recuperados, dispostos a seguir um ritmo mais intenso pois o terreno assim permitia, saimos da cidade recebendo os acenos, buzinadinhas e muitos "feliz natal". Só porque estávamos todos de toquinha de papai Noel, as pessoas riam e a criançada corria atrás, achei curioso isso. hahahahaha
Pegando a esrtada novamente e começando a afastar da cidade, logo percebemos que continuávamos com problemas no ritmo do grupo. Agora estávamos descansados, em terreno plano, ácido lático em ordem, manutenção feita, tudo a favor (até o vento), mas ainda assim dois dos integrantes não acompanhavam o pelotão. Tinhamos 120 km pela frente. O silencio era preocupação. Não avisavam mais quanto ia desgarrar do grupo, o grupo contiunava pedalando, e lá na frente parava pra esperar e tomar água. Como vinha sendo até então, mas agora com uma preoupação a mais pois que não estávamos mais subindo, estava tudo em ordem e a favor, era só pedalar "na buena".

Ninguem aqui é super atleta, ciclista de ponta... todos estão se superando e corroborando pelo bom rendimento da equipe. Mas tudo bem, sem stress, paramos para almoçar.
O restaurante fechou e sacamos o fogareiro. Macarrão. legumes, aquela coisa toda. Mas antes mesmo de ferver a água pensei: Por que não pedir? - Com ajuda do Caio, e com a simpatia que Deus nos deu, perguntamos se não havia sobrado comida do buffet... O moço pediu para aguardarmos e adetrou a cozinha... Um tempo passou e eis que surge uma miragem: Estavamos ali sentados no chão, a chuva vinha vindo, a fome já chegara... e lá vinha... Marcelo era o nome dele... em suas mãos uma bandeja com seis marmitas no capricho! Delicia. Parecia mágica. Ele até adivinhou que eu (Lúcio) sou vegetariano, a minha marmita foi a única que não veio com carne! hahahaha. Esse paraíso chama-se "Restaurante Queijos e Cia" e fica n BR 116 depois de Lages. Obrigado Marcelo.




Depois do almoço, a sonequinha estava implícita e já é costume. A chuva passou, lavamos a pouca louça que tinha, arrumamos as coisas e saim.... digo, não saímos ainda. Como de costume, os que sairam para contemplar a natureza com algo a mais para relaxar, agora demoravam para levantar acampamento e concertar suas besteirolas. O que atrasava nossa saída, e diga-se de passagem, isso sempre acontecia.

Belo planalto até a descida do Rio Pelotas onde atingimos a velocidade máxima de 82km/h. A divisa dos estados é um marco simbólico que serviu pra nos dar motivação. Entramos no Rio Grande do Sul. Subimos durante uns 6km numa cadencia constante até estabilizar o terreno novamente, ... nós 4.
Entardecer deslumbrante nas primeiras paisagens gauchas.
Esperamos os dois desgarrados por duas vezes... foram duas pausas de 1 hora cada. Resolvemos tocar até o destino combinado e esperar lá na entrada da cidade de Vacaria, não queríamos dormir na estrada pois que já estávamos perto e temos conhecidos em Vacaria... e é noite de Natal.. Esperamos duas horas lá, na entrada da cidade.
Foram escolhas difíceis. Se foram acertadas ou não, o tempo vai mostrar. E certamente TODOS arcam com as consequencias de suas escolhas, sempre. Esse esquema de avisar quando for parar ou quando está cansado e quer ir mais devagar funcionava, mas foi deixado de lado. Talvez pela exaustiva repetição, por consideração à maioria, ou por... desistencia.
Anoiteceu e provavelmente os dois desgarrados dormiram em algum hotelzinho ou pousada de beira de estrada. Tentamos ligar, sem sucesso.

Foram incríveis 122 Km de pedal. Incríveis pela enorme quantidade de informações, paisagens, questionamentos, reflexões e quilometros.
Em Vacaria, a ceia de Natal teve direito a Menino Jesus no presépio à meia noite, banho, comilança.. tudo na casa da vó. Vó da Anelyse, Ana, Aline... que naquela noite virou nossa vó também. "Aleluia, um vegetariano!" Nossa, foi a estranho ouvir isso. Ninguém ali era vegetariano além de mim, mas a vó admirou-se, achei isso legal.

(preciso resumir aqui porque vai fechar o cyber)
O tempos que passamos em Vacaria também foi incrível. Tenho várias coisas pra contar dessa terra, não sei se vai dar tempo pra contar hoje,
Dormimos num sitio do seu Vilmar, só nós... bem tranquilos e cansados... No dia seguinte almoço na casa do Seu Vilmar... Eu gostaria de fazer aqui um agradecimento especial para o Vilmar, e pedir desculpas por qualquer coisa que esse bando de marmanjos possam ter causado de estranhamento a esta tão generosa família que nos acolheu de forma tão surpreendente. "Vilmar, que pessoa do bem né!" Comentávamos entre nós. Obrigado Vilmar... Obrigado meninas também... Nos sentimos bem acolhidos.

O almoço do dia seguinte foi na casa da Tayna, onde conhecemos os sr Itibere, patrião chefe de familia. Nunca fomos tão bem servidos. Cheguei a ficar constrangido até! Teve aperitivo, amendoim, queijo, batatinha, cachacinha de butiá... depois a mesa do almoço, foi um estranho. Banquete como eu realmente nunca tinha visto. Obrigado Dalva, Tayna, Itibere.




Ficamos mais dois dias em Vacaria também.
É estranha a sensação de estar saindo de um lugar confortável, receptivo, simpático, e por opção e vontade própria, cair na estrada rumo à incerteza.
Vacaria foi cerveja também, foram banquetes, risadas.
Foram reflexões que fizemos, e que causamos também.
Observações de uma cultura peculiar. Familias religiosas... cultura conservadora, patriarcal. Ares do campo.
E de pano de fundo, a pergunta: Por onde andam os dois desgarrados? Vacaria não é grande e... mesmo assim não tivemos noticias deles.


Bom, muito depois, já quase em Passo Fundo, ficamos sabendo que Caio e João Se juntaram a outro grupo de ciclisatas viajantes. Isso nos deixou menos angustiados, mais tranquilos... Esperamos que estejam bem, e curtindo o pedal agora no seu ritmo.
Chega um ponto que voce tem que escolher. A vida é dinamica. Divergencias são comuns, e as pessoas aprendem com elas... E seguem seus caminhos, livres, aprendendo com suas escolhas.

´^- `´~ ç , (distribuam onde estiver faltando ae)


Ta faltando aqui a foto com seu Vilmar e familia... ta faltando as postagens até Caseiros, depois Passo Fundo e Carazinho. Em breve, aguardem.

4 comentários:

  1. Ei meus queridos!
    Ai ai, foram bons dias de Natal. Só um de detalhe, TAINÁ SEM 'Y'... E ANELISE TAMBÉM!!! HEHEHEHE...
    Mas beleza, to com saudade dessa gurizada gente boa demais. Se cuidem pessoar e até Floripa na volta do Chile...
    Beijos

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  2. É uma pena que tenham se separado, acho que vale um esforço para unificarem o grupo novamente, nem que isso leve a atraso ou mudança de rota.

    Força na parceria galera!!!

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  3. Meu caro, assim:
    estamos pedalando agora uma média de 80.90km/dia estamos entrando na argentina, eu Rossano não tenho dinheiro para ficar tempo parado ou ir devagar, em toda viagem ficamos uma vez em um hotel, pois foi necessário. Os guris não pedalam na chuva e rendem cerca de 40 ou 50 km dia e isso com certeza, para mim, que deixei o meu aluguel e estou pedalando com pouquissímo dinheiro, é impraticável.Temos um planejamento (e sempre o tivemos desde a elaboração do projeto)de render 80km por dia com chuva ou sol, salvo excessões, serras e temporais.
    Obs: encontramos um ciclista que ficou com eles em um hotel e confirmou tais dados, com o qual não seguiram a pedalada por motivos de chuva.
    Peço que o João que não entrou em contato conosco, mas sim através de terceiros, confirme essa informção.
    Desde já continuamos a nossa aventura e em breve outras atualizações.

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  4. Lucio e Rossano, Sigam o planejamento, somente guarde os comentarios positivos, os negativos deixem para ler quando voltarem e responder os mesmos, porque agora que estão bastante tempo na estrada tem que estar focados nos objetivos para conseguir conquista-los. Força e fé porque a serra da argentina também não é facil até Cordoba.

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