Hoje dia 22 de setembro de 2010, 3:28 da manhã, tomando um mate bem bagual e tentando fugir da nostalgia que me cerca no momento, tentarei viajar novamente para os momentos de aventuras que vivenciamos.
Depois de uma noite turbulenta e de muita chuva, guardinha batendo palma ao lado da barraca e ecoando no cérebro de todos , levantamos com um humor matador, querendo reverenciar a mãe do sujeito de varias formas. Claro que a vontade foi sanada e começamos fazer o que era de costume, dobrar, secar, arrumar e tomar um café da manhã. Então fomos até a loja de conveniência e nos munimos de mantimentos: macarrão, chocolate, bolachinha recheada...
Pedalada foi tranqüila: iniciamos a pedalada observando as nuvens que se movimentavam de forma rápida, cultivando a esperança que não iríamos pegar mais chuva. Não fizemos almoço, e sim, para falar bem a verdade, comemos besteiras calóricas que nos deram energia para nos levar até um posto em Monte Caseros, mas claro que no meio do caminho paramos para descansar um pouco e tentar dormir com as nossas amigas moscas e mutucas.
Era Domingo e o sol não tinha se posto, lembramos da musica “Lembrança do meu Cambicho” de Leopoldo Rassier “Num fim de tarde... de qualquer domingo... encilho o pingo saio faceiro.. . ... ... realmente estava um fim de tarde muito bonito, daqueles que paramos para sentir o vento trazer o silêncio do nosso próprio pensamento. Paramos neste posto e nos informamos que o próximo posto ficava há 20 km e provavelmente estava fechado. Então resolvemos ficar por ali mesmo. Estávamos com fome e de imediato ao lado da loja conveniência que estava fechado, existia uma micro conveniência que compramos sanduíches prontos de pães amanteigados com frios e uma coca-cola bem gelada que tomamos nos cuidando para ninguém tomar mais que o outro.
Montamos acampamento, enquanto alguns tomavam banho, outros estendiam roupas molhadas da noite passada e eu desta vez estava com a tarefa de fazer a comida (lentilha com arroz). Desta vez usamos gasolina, que “pretiou” toda a panela, mas o fogo foi mais eficaz.
Como se fosse agora, lembro que compramos um vinho de caixa e ficamos lendo, conversando o que passamos, e o Lucio anotando tudo no caderninho para postarmos no blog. Já era noite e o céu estava estrelado, fogo incandescia o fogareiro, o vinho era um ritual, as roupas penduradas, estávamos nos sentindo verdadeiros viajantes/ciganos/nômades, sentindo uma liberdade que no momento me da um nó na garganta e uma alegria inarrável de estar lá, naquele momento, feliz, sem preocupação, com os meus grandes amigos que tenho uma admiração por ter passado esse momento comigo. Lembro que dormimos muito bem.